UPDATE - Os incêndios e a pausa bem merecida
agosto 18, 2016
Olá!!
Em primeiro lugar, desculpem a ausência de posts. Eu estava a editar algumas fotos e até já tinha uns textos em rascunho mas infelizmente tive de interromper tudo. Porquê? Porque dia 8 de Agosto, estava eu a ver os jogos olímpicos, quando de repente notei que estava a escurecer. Quando olhei pela janela, vi uma nuvem castanha alaranjada e imediatamente percebi que havia um incêndio. Sai à rua e imediatamente percebi que estava relativamente perto da minha casa, já que o cheiro a fumo era quase insuportável. Virei-me e olhei para a montanha. Estava tudo em chamas, chamas essas que estavam mesmo em cima das casas. De imediato liguei-me as redes sociais. Falava-se de um incêndio que grandes proporções, incontrolável, que ameaçava tudo à sua passagem. Liguei a televisão à procura de mais informações. Nessa altura, a RTP Madeira ainda não se debruçava sobre este problema, mas a CMTV, canal que tanto critico, já estava no local. Para terem a noção do estado do tempo, aqui na minha zona estavam 39 graus, humidade inferior a 20% e vento muito forte. Portanto, tinhamos aqui a receita para o desastre.
O céu continuou a escurecer e tornou-se cada vez mais difícil de respirar. Por esta altura, já o incêndio se tinha propagado para a Alegria, São Roque, uma zona acima da minha casa. Todos os vizinhos estavam na rua, todos com o mesmo ar de preocupação. Era bastante audível o barulho das sirenes dos bombeiros a passar e a movimentação de carros na minha rua era anormalmente alta. Normal, visto que o acesso principal a essa zona estava fechada e a minha rua é uma espécie de atalho.
Entretanto, já todos os canais portugueses davam conta do problema. Nem a temperatura nem o vento faziam questão de abrandar. O incêndio começou a propagar-se cada vez mais. Às 5 da manhã, telefona a minha mãe em sobressalto a dizer que a Fundoa estava a arder e que as pessoas estavam a ser evacuadas. No meu jardim, caiam fagulhas. Valeu a entreajuda entre vizinhos, o que fez com que nenhuma das casas da minha zona fosse prejudicada. O dia amanheceu com imagens aterradoras da destruição provocada. As chamas atravessaram novamente o vale e foram ter à freguesia do Monte. A certa altura a situação, de facto, parecia estar controlada, graças ao trabalho incansável dos bombeiros, militares, polícias, voluntários, etc. Só que havia uma coisa que não parava. O vento. E, do nada, as chamas desceram as serras e aproximaram-se vertiginosamente do centro. Eu estava em casa, sozinha, porque os meus pais tiveram de ir trabalhar, e observei a nuvem de cinzas que descia até à cidade.
O caos instalou-se. Trânsito caótico. Era impossível os meios chegarem às zonas afetadas. Claro que para as chamas não havia barreiras. Essas cresciam e destruiam tudo o que encontravam. As pessoas esperavam e desesperavam por meios que pudessem ajudar, já que de repente aparecia focos em todo o lado. Pelo Facebook, vi amigos meus a escrever que tiveram de fugir de casa. Pela televisão, vi as chamas a ameaçar a minha escola secundária. Nesta altura, as coisas estavam calmas na minha zona, mas o coração doía por testemunhar o sofrimento alheio, com um sentimento de impotência, porque não podia fazer nada.
Agora, que parece que o inferno finalmente passou mais, é tempo de fazer contas: às perdas humanas e às perdas materiais. Também é tempo de reerguer a nossa cidade. Depois de ter passado na escola para onde foram os doentes de um hospital evacuado para questionar se precisavam de ajuda (felizmente, já tinham a situação controlada) dei um saltinho o centro da cidade. Apesar do alarido da comunicação social, pelo menos no centro a destruiçao não foi muito grande. Na verdade, o que ardeu foi, coincidência ou não, foram prédios abandonados. O mais surpreendente, é que olhei com mais atenção para o coração do centro e apercebi-me que o que não falta são prédios abandonados, com material volátil (ou seja, mato seco). Dá que pensar, a tragédia poderia ter sido pior.
Então, o que andei a fazer estes últimos dias?
Limpezas. Foi cinza por todo o lado: carros, quartos, tapetes, roupa. Foi preciso lavar praticamente tudo o que estava a secar. Depois arranjamos o jardim, de modo a desaparecer com as folhas secas que cá haviam. Finalmente, fui uns dias até à casa da minha avó, no campo, para igualmente proceder a limpezas (a casa está vazia, porque a minha avó já morreu, mas continuamos a preservar a casa como podemos).
Após esta trabalheira toda fizemos um merecido descanso com várias idas à praia.
Vou tentar atualizar o blogue e voltar a editar as fotos que tinha (porque, graças à Lei de Murphy, esqueci-me de guardar as fotos editadas).
Até à próxima
xoxo
6 comentários
Caramba. Nem consigo imaginar o desespero que é. As imagens deixaram-me especada à frente da televisão...deve ser horrível ver uma vida inteira ser consumida pelo fogo. Ainda bem que não tiveste problemas!
ResponderEliminarJiji
Obrigado querida :D Agora está em "saldos" portanto podes sempre aproveitar :D
ResponderEliminarAté para nós, que vimos pela TV, foi desesperante. Não consigo imaginar as pessoas que viveram literalmente aquele inferno :S
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Instagram ∫ Facebook Oficial Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Que horror..:( é um verdadeiro desespero quando assistimos pela tv quanto mais viver a situação.
ResponderEliminarum grande beijinho
elisaumarapariganormal.blogspot.pt
Que sufoco, Sofia. Fico feliz por estares bem e por, pelo menos para ti, não ter passado de um grande susto. Beijinhos!
ResponderEliminarOh, minha querida, eu nem consigo imaginar a dor que sentiste... Lamento TANTO que tenhas passado por essa autêntica agonia! Ao assistir a este flagelo, sentia-me aflitíssima, nem consigo conceber, na minha mente, o que é viver, na pele, o terror das chamas!
ResponderEliminarFico mesmo feliz por saber que tudo acabou em bem e que estás a salvo! <3
Ainda bem que as chamas não chegaram a atingir a casa, ainda assim, que grande susto e que momento violento. Uma vergonha estes incêndios! Bj é tudo de bom
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