Sobre as aulas de Nutrição

abril 12, 2016

Mais do que vocação para um curso, é preciso ter paixão pelo curso.


Cada vez que regresso à faculdade para ter aulas, percebo o quanto adoro a Medicina e como a profissão é a certa para mim. Digo isto porque o sentimento que tenho nas aulas é saudade. Saudade das consultas, saudade da urgência, saudade de conversar com os doentes e ouvir as suas histórias. Claro que toda a parte burocrática é uma verdadeira seca porque nos afasta do verdadeiro propósito da profissão, mas até isso custa menos. É aquela sensação de acordar as 6:30 da manhã e, apesar de estar praticamente sonâmbula porque adoro dormir, estar feliz porque vou fazer uma coisa que gosto.

Não sei explicar porquê que escolhi Medicina. É das poucas coisas na vida que não encontro justificação. Sei que não foi por dinheiro. Sei que a justificação "porque quero salvar vidas" sempre me pareceu um bocado arrogante, como se fosse a única profissão que tem de facto um impacto sobre essa vertente (ainda irei fazer um post sobre isso), portanto nunca foi o argumento principal. Parece que foi uma coisa que nasceu comigo. Ok, os meus pais trabalham num hospital, mas nunca me pressionaram para escolher ser médica. Ok, passei a minha infância entre consultas e exames, mas isso nunca me assustou da área.

Toda este pequeno desabafo para vos dizer que tenho tido umas aulas assim diferentes, que são da área de nutrição e da importância que a nossa alimentação tem para o nosso organismo na prevenção e no controlo da doença. Isto tudo baseado com artigos científicos de revistas confiáveis e internacionalmente reconhecidas. O que eu adoro, não fosse eu uma mulher das ciências.
É interessante porque:
  • há exceção de algumas doenças, como a diabetes, aquela coisa de comer 6 refeições por dia, por pequenas porções, raramente aparece mencionado em guidelines
  • a contagem de calorias é uma falácia, porque 100 calorias de amendoins é completamente diferente de 100 calorias de massa
  • os amendoins (que eu amo) mesmo sendo um alimento altamente calórico, têm efeitos na redução do peso, ou seja, há outros fatores para além das malvadas calorias  que contribuem para o ganho ou a perda  de peso
  • a redução de 3 a 5 % de peso corporal num indivíduo obeso tem um impacto significativo no perfil lipídico e na probabilidade de desenvolver diabetes (ou seja a perda de 5kg num indivíduo com 100 kg)
Entre muitas outras coisas, devidamente suportadas por gráficos e análise estatística.

Assim, e visto que eventualmente vou ter de saber muitas destas coisas para o último exame de 5º ano e porque esta coisa das dietas é sempre o assunto do dia, achei que seria interessante fazer uns pequenos resumos aqui no blog, ao longo deste mês e dos próximos.
O que acham? Gostam da ideia?
Digam coisas nos comentários

Até à próxima
xoxo

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3 comentários

  1. Eu não sou a favor de contar calorias, prefiro escolher alimentos que sei que são saudáveis, independentemente da sua composição calórica. Agora, acho que convém ter uma noção... não é porque uma coisa é super saudável que eu vou poder comê-la até cair para o lado, acho que convém ter uma noção, pelo menos.

    Fico contente por saber que estás a seguir o teu sonho (; escolheste um curso que nunca foi opção para mim, apesar de muito me terem pressionado. Eu sei que não ia gostar, não é para mim... e acho que devemos, acima de tudo, fazer o que gostamos. Desejo-te todo o sucesso do mundo (=

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    1. é claro que não é para comer até cair para o lado. Falo por exemplo daquelas pessoas que comparam calorias e dizem "ah, porque este alimento so tem 100 calorias", mas essas 100 calorias sao "interpretadas" de forma diferente pelo organismo conforme o alimento fazendo com que o consumo deste não engorde tanto

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  2. Gostei muito deste post! :) E é bom saber que te sentes realizada ao estudar Medicina! Fazer coisas de que não gostamos é o pior!
    Beijinhos e continua a escrever estes posts interessantes. <3

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